A memória é o sustentáculo de toda obra de arte

Salió ayer, 30 de abril 2012, una larga entrevista a Juan Gelman por sus traductores al portugués, Andityas Soares de Moura  y Leonardo Gonçalves, en el blog brasileño Musa Rara – Literatura e Adjacéncias. Acá presentamos algunas lineas y el link para seguir leyendo al artículo, titulado “Os amigos invisíveis” .

“Em breve conversa com seus tradutores brasileiros, Gelman reflete sobre alguns dos temas mais intensos de sua poesia, sobre a qual Julio Cortázar comentava: “Talvez o mais admirável em sua poesia seja sua quase impensável ternura ali onde mais se justificaria o paroxismo do rechaço e da denúncia, sua invocação de tantas sombras por meio de uma voz que sossega e arrulha, uma permanente carícia de palavras sobre tumbas ignotas”.
 Andityas Soares de Moura: Fernando Pessoa disse certa vez que sua pátria era a língua portuguesa. Contudo, Octavio Paz acredita que para os latino-americanos o castelhano – e no caso único dos brasileiros, o português – não é simplesmente uma forma de expressão, mas também um dos instrumentos de dominação que os europeus trouxeram consigo. Assim, temos a impressão de falar uma língua que não é totalmente nossa e somos vistos pelos seus “verdadeiros donos” como falantes de segunda categoria. Gostaríamos de saber como é a sua relação com a língua e o falar maternos.
 Juan Gelman: Minha relação com a língua é conflituosa, choco-me contra seus limites. A palavra de fora fere a criança em seu berço e essa ferida nunca se fecha. Supor, então, que depois de cinco séculos o castelhano e o português que se falam na América Latina não são totalmente nossos me parece um disparate retórico. E pouco importa como nos vejam os “verdadeiros donos” destas línguas: faz muito tempo que já não o são. Muito pelo contrário. Se não, como se explica a influência de nossas literaturas nas da península ibérica? As línguas latino-americanas continuam em estado nascente. E concordo com Pessoa. A língua é una pátria que inclui outras: a infância, o país natal, a fala de sua gente e a mais importante, a vida.
 Leonardo Gonçalves: Há ainda a questão das suas origens familiares, a convivência com diversas línguas no exílio, brincadeiras com o idioma russo (por exemplo: “que girondo liublimará lamora”) ou com o italiano (“adoro la palabra necesidad en italiano/ necesidad en italiano se dice bi/sogno/”), aquela resistência à língua do país onde se está exilado (especialmente em “Bajo la lluvia ajena”); enfim: coisas que reavivam a especificidade de cada língua e o quanto elas guardam da identidade do indivíduo. A principal relação do poeta é com a língua ou com a linguagem?
 JG: A língua usa a linguagem para falar mais consigo mesma.
….
LG: Houve um momento em que se ouvia intensamente uma infinidade de vozes na sua voz. Nela se percebia Roque Dalton, Rodolfo Walsh, Miguel Angel Bustos, Francisco Urondo e milhares de outros que sequer chegaram a ter voz. Como o som da memória fala dentro de sua obsessão criativa?
JG: A memória é o sustentáculo de toda obra de arte. O grande poeta mexicano José Emilio Pacheco disse que a poesia é a sombra da memória. Às vezes creio que é a sombra dessa sombra. …. (sigue leyendo aquí)”

 

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About Laura Branchini

Traductora al italiano de poesía y de la mayoria de los libros de Juan Gelman (Lettera a mia madre, Guanda 1999, Nel rovescio del mondo, Interlinea, 2003, Doveri dell'esilio, Interlinea, 2006, Valer la pena, Guanda, 2007, com/posizioni, Rayuela, 2011), es responsable de redacción para la sección de traducciones de este sitio, siendo fundadora del mismo junto al periodista argentino Ariel Milanesi. - Este sitio, autorizado directamente por el mismo poeta en el 2011, está enteramente dedicado a Juan Gelman, su poesía y trayectoria artística. La redacción destaca la imposibilidad de conectar a los lectores, ya sea directa o indirectamente, con los herederos de Juan Gelman. Por lo tanto, mientras sea ese el propósito de sus mensajes, les aconsejamos dirigirse a las editoriales que publican su obra. -- En el caso de que quisieran colaborar con nosotros publicando algo en este espacio web, les recomendamos que nos escriban por e-mail. Todo material recibido será evaluado por el comité editorial, el cual decidirá sobre su publicación y procederá a avisarles. Les rogamos que nos envíen sólo material propio (o sobre el cual posean los derechos necesarios para la publicación en este sitio) y que agreguen una nota en la que se autorice la redacción de juangelman.net para su publicación. Este sitio no tiene ánimo de lucro y todo el material publicado se encuentra distribuido de forma gratuita para la difusión de la obra de Juan Gelman. También para correcciones, derechos autoriales (hacia editores y fotógrafos) y otras pendencias, escriban a: gelmaniana@juangelman.net - Gracias a todos los que hacen posible la existencia de www.juangelman.net – Todo sobre la poesía de Juan Gelman
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